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terça-feira, dezembro 14, 2004

A Razão pura não existe!

Oi amigos, bom, mais uma vez estou aqui com um tema polêmico. Desculpas pelo titulo meio apoético mais é de suma veracidade e relevância o tema que iremos tratar aqui. Nós pensamos o sentido como algo ocorrendo em nossa mente. A concepção do sentido como um fenômeno mental que é de alguma maneira intransferível, que é de alguma maneira da esfera do privado. Pensamos primeiramente na capacidade de abstrair os significados das coisas. Como armazenar coisas num HDde computador. Este HD seria o inconsciente lingüístico. Você pode encontrar uma série de exemplos disto no primeiro capitulo de investigações filosóficas de Wittgenstein. Então exercer a linguagem no âmbito social seria antes de qualquer coisa, contar e associar as coisas em suas tabelas de significação. A significação é o domínio de uma técnica e esta não tem nada de mental, ela é absolutamente objetiva e além de objetiva agora antes de mais nada ele é social. Ele depende de uma serie de regras que são abordadas socialmente e controladas. A significação e algo que não possa ocorrer dentro de mim, na minha mente. E não ocorre em meu sujeito isoladamente do mundo projetando para o resto do mundo as suas significações. Não é algo que pode ocorrer em apenas alguns de nós, mas é algo que só pode ocorrer entre nós. É algo só pode estar baseado no acordo que todos nós fizemos para a utilização das palavras em sinais sonoros ou escritos. A razão, portanto, não é algo que possa ser fundada no sujeito, não é algo que possa ser extraída de um sujeito que pensa sozinho no mundo. A razão é agora um jogo social. Ela é fruto de nossas convenções. Mas não negaremos a existência de uma dimensão subjetiva no homem. Por isso estamos rompendo com a concepção que nos acompanha desde Descartes que a razão que pode encontrar no individuo ou mais especificamente na mente humana o seu fundamento ultimo. É nesta dimensão que colocaremos o social, ou o acordo entre as pessoas substituindo as intenções e projeções de um sujeito onipotente, um sujeito que por capaz de si só pode por em funcionamento a maquina da linguagem, ou por em funcionamento a maquina da razão. E não há nenhum ponto anterior que possa por estas convenções em movimento, elas são a origem do movimento. Otto Weininger foi um homem que influenciou toda a Viena na época de Wittgenstein com um livro chamado Sexo e Caráter, onde ele afirma que a marca característica do gênio é a lembrança universal de todas as suas experiências. Por meio da lembrança, a experiência vivida torna-se atemporal. A memória transcende o tempo. E somente aquilo que transcende o tempo é que interessa ao individuo, aquilo que tem significado para ele, em suma, aquilo a que ele dá valor. É o valor que cria a atemporalidade. Assim, o gênio é o único homem atemporal. Com desejo apaixonado e urgente pela atemporalidade, ele é o homem com maior desejo pelo valor. Portanto tudo leva a ver que o gênio não vive isolado do resto do mundo, ninguém aprende sozinho ou pode abstrair coisas do nada, a razão a priori não existe. E de um modo simplificado poderíamos dizer a todos que a razão só existe depois da linguagem e seu bem supremo é a memória. Então eu lhes deixo com uma pergunta no ar, só para ver se vocês pegaram:
E qual é a finalidade última da memória?
Um abraço a todos!